Marcadores

terça-feira, 1 de agosto de 2023

O que é Bluetooth?

 


Saiba a origem

Por Matheus Bigogno Costa 

Editado por Guadalupe Carniel | 

28 de Janeiro de 2020 às 19h15

clique para compartilhar

Link copiado!

Imagem - O que é Bluetooth? Saiba como ele funciona
Imagem - O que é Bluetooth? Saiba como ele funciona
Ericsson
Tudo sobre Ericsson

Criado pela Ericsson em 1994, Bluetooth é uma tecnologia que foi desenvolvida para comunicação sem fio e troca de dados e arquivos entre diversos dispositivos móveis, de forma rápida e segura, sem a necessidade da utilização de fios.

A tecnologia de comunicação possui este nome em homenagem ao antigo rei da Dinamarca e da Noruega, chamado Harold Blatand que, em tradução para o inglês, tem-se Harold Bluetooth (“Dente Azul” em português).

Apesar de algumas controvérsias com a tradução, certos estudiosos afirmam que a provável tradução do Dinamarquês seja "homem notável de pele escura". De todo caso, a crença popular indica que o monarca possuía realmente uma cor azulada nos seus dentes, mantendo-se assim, a tradução inicial de Bluetooth.

A homenagem foi feita a Harold pela sua façanha de ter unificado as tribos da Noruega, Suécia e Dinamarca, já que o objetivo da tecnologia é uma forma de junção de diferentes dispositivos em um ambiente só.

O símbolo e o logotipo da tecnologia também foram baseados no nome de Harold, já que são formados pela união das runas nórdicas de Hagall e Berkanan, correspondendo às inidicias dos nomes, "H" e "B", respectivamente.

O logotipo da marca é a junção das runas nórdicas H e B / Imagem: Reprodução
O logotipo da marca é a junção das runas nórdicas H e B / Imagem:


Fonte: https://canaltech.com.br/software/o-que-e-bluetooth-como-funciona/

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Bluetooth: o que é e como funciona

29/07/2022 Atualizado em 13/09/2022 11min de leitura HostGator Conteúdo por: HostGator bluetooth Compartilhe:
Muitos aparelhos possuem a tecnologia Bluetooth. Leia nosso artigo e entenda de uma vez por todas o que é Bluetooth e como ele funciona! Muitas pessoas não sabem o que é Bluetooth. Por isso, preparamos esse texto bem detalhado para você entender de uma vez por todas o que é Bluetooth, como ele funciona e qual a sua importância no cotidiano das pessoas. Histórico do Bluetooth A tecnologia Bluetooth foi idealizada pela Ericsson, em 1989, como uma ideia para criar um fone de ouvido sem fio que facilitasse a comunicação e também a deixasse mais prática. Contudo, da idealização até a concretização do primeiro aparelho a efetivamente utilizar a tecnologia se passaram 10 anos. Foi apenas em 1999, em uma conferência em Las Vegas, que o primeiro fone de ouvido sem fio protocolado com a tecnologia apareceu. A nomeação da tecnologia Bluetooth é fruto de uma coincidência interessante. A tecnologia foi criada por um grupo, fruto da união das empresas Ericsson, Nokia e Intel. Durante o trabalho de criação, um engenheiro estava lendo um livro sobre o rei vikinkg Harald Blatand. Esse rei foi responsável por unificar as tribos norueguesas, suecas e dinamarquesas. Assim, o monarca foi a inspiração para nomear a tecnologia que foi a responsável por unir as empresas. Além disso, ele tinha o apelido Bluetooth porque, supostamente, tinha um dente podre de cor azulada (“blue” é azul em inglês, e “tooth” significa dente no mesmo idioma). O que é Bluetooth? Mas, afinal, o que é Bluetooth? De maneira resumida, Bluetooth é uma tecnologia de comunicação por meio de ondas de rádio de curta distância que permite uma conexão doméstica e a transferência de dados entre diferentes aparelhos eletrônicos. Alguns exemplos de aparelhos que utilizam a tecnologia Bluetooth são os seguintes: laptops; celulares; impressoras; fones de ouvido sem fio; caixas de som; mouses; teclados; impressoras; smartwatches; joysticks; câmeras fotográficas; televisões; carros. Assim, por meio da tecnologia Bluetooth é possível ouvir música, digitar em um computador ou conectar um celular ao carro sem ser necessário o uso de fios. Essa tecnologia globalmente licenciada e segura foi criada pelo Bluetooth Special Interest Group, um consórcio de empresas formado inicialmente pela Ericsson, Nokia e Intel e que mais tarde foi ampliado e outras empresas, como a IBM, a Toshiba, a Microsoft e a Motorola, passaram a fazer parte desse grupo também. Atualmente, o consórcio conta com mais de nove mil empresas, que podem utilizar a tecnologia em seus produtos. Com ela, é possível conectar diferentes dispositivos e periféricos de marcas distintas sem causar prejuízo na comunicação e na troca de informações. Veja também: O que significa Internet das Coisas e como funciona Como o Bluetooth funciona? A tecnologia Bluetooth funciona por meio de ondas curtas na frequência de rádio (geralmente 2.4 Ghz/s). São essas ondas de rádio que conectam um dispositivo ao outro e substituem uma conexão que seria tradicionalmente realizada por meio de um cabo. O Bluetooth tem um funcionamento muito parecido com o do Wi-Fi, só que se diferencia por lidar com distâncias mais curtas e com uma energia muito menor. Além disso, um dispositivo pode se conectar via Bluetooth a outros oito dispositivos simultaneamente, sem ocorrer interferência entre outros dispositivos sem fio, como portões de garagem (que, por exemplo, pode interferir na rede Wi-Fi). Isso acontece porque, ao conectar um dispositivo a outro, a tecnologia Bluetooth verifica se há outras conexões sendo realizadas por perto. Em caso positivo, ela escolhe uma das 79 frequências de onda possíveis para cada uma das conexões, sem que ocorra interferência. Além disso, cada conexão Bluetooth troca de frequência 1600 vezes por segundo, e cada dispositivo tem seu próprio endereço programado pelo fabricante. Esses dois fatores combinados garantem que não ocorra grandes interferências entre diferentes conexões. Sobre a segurança, vale destacar que o Bluetooth é uma tecnologia relativamente segura. Sempre há algum risco em transferir arquivos pessoais via ondas de rádio, mas as últimas versões da tecnologia sanaram as principais falhas encontradas nas primeiras versões. A segurança se deve ao salto constante de frequência e ao fato de que é necessário a confirmação para que as conexões via tecnologia Bluetooth sejam estabelecidas. Assim, apenas estabeleça conexões com dispositivos que considera seguro e, em caso de dúvidas, não aceite se conectar com aparelhos estranhos. Quais são as versões do Bluetooth existentes? Ao longo dos mais de vinte anos de existência da tecnologia Bluetooth, ela passou por várias mudanças e adaptações. Desde 1999, já foram lançadas seis versões. A seguir, abordamos as funcionalidades de cada uma dessas versões e mostramos como a tecnologia foi evoluindo com o passar do tempo. Primeira versão (1999) A primeira versão apresentava problemas na conexão entre aparelhos de empresas diferentes. Além disso, a velocidade era bastante baixa, apenas 721 kilobytes por segundo. Segunda versão (2004) Esta versão permitiu uma comunicação melhorada entre dispositivos, além de aumentar a velocidade de transmissão de dados e informações para 3 megabytes por segundo. Terceira versão (2009) Sua principal característica era a alta taxa de transmissão de dados de até 24 megabytes por segundo. Porém, apenas aparelhos designados como High Speed atingiam essas taxas. Quarta versão (2009) Essa versão manteve a mesma taxa de transmissão da anterior, houve uma grande preocupação com a economia, pois exige pouca energia quando está ligada e não é utilizada. Quinta versão (2016) Além do aumento na distância entre os aparelhos para conexão (40 metros no máximo), houve aumento na velocidade de transmissão, que chega a atingir 50 megabytes por segundo. Sexta versão (2017) Chamada de Bluetooth Low Energy (Bluetooth LE ou BLE), tem características bastante parecidas com as do Bluetooth 4.0 e destina-se aos mercados de baixa energia. Versões atuais do Bluetooth nos aparelhos Atualmente, uma infinidade de dispositivos possuem a tecnologia, desde relógios até carros. No entanto, qual é a versão disponível nos produtos? Hoje em dia, os produtos disponíveis no mercado não trabalham mais com as três primeiras versões do Bluetooth. Essas versões são encontradas somente em aparelhos mais antigos que ainda estão em um uso doméstico. Normalmente, os produtos comercializados contam com as últimas versões do Bluetooth. Para saber a versão do Bluetooth de seus aparelhos, é necessário acessar as configurações de seu dispositivo ou então que ver as especificações do fabricante. Além das diferentes versões, há três diferentes classes para as conexões bluetooth: Na classe 1, os aparelhos podem se conectar a uma distância de até 100 metros; Na classe 2, os aparelhos alcançam a distância de até 10 metros; Por fim, na classe 3, os aparelhos alcançam a distância de apenas 1 metro. Normalmente aparelhos maiores e mais potentes, com uma fonte de energia própria, usam a classe 1 e 2, e os aparelhos menores e sem uma fonte de energia usam apenas a classe 3. De toda forma, é válido destacar que a classe 2 dá conta da maior parte das necessidades de uso doméstico da tecnologia. Vale citar também que se você pretende realizar a conexão entre dois aparelhos de classes diferentes, a conexão ficará com a distância daquele que possui a menor classe. Por exemplo, se você realizar uma conexão entre um aparelho da classe 1 com um aparelho da classe 3, a distância máxima dessa conexão será de apenas 1 metro. Fonte: https://www.hostgator.com.br/blog/bluetooth-o-que-e/

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Em tempos de Páscoa...


Como é feito o chocolate?



A fabricação dessa delícia começa quando as frutas de cacau são quebradas para a retirada das sementes, a base principal do chocolate. A essa altura, elas ainda são amargas, mas a verdadeira transformação em doce acontece nas indústrias. Por lá, a matéria-prima é decomposta, recebe açúcar e leite, é agitada, passa por várias trocas de temperatura e, no final, é moldada para ganhar a forma das barras vendidas nos supermercados. Apreciado no mundo todo, o chocolate é velho conhecido da humanidade - acredita-se que os astecas foram os primeiros chocólatras da história. No século 16, eles já coletavam sementes de cacau para fazer o xocoatl, um drinque afrodisíaco que só podia ser bebido por imperadores. "Ao contrário dos chocolates de hoje, a bebida asteca tinha um sabor amargo e apimentado, pois era preparada com vinho ou purê de milho e pimenta", afirma o industrial Getúlio Ursulino Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (Abicab). Em 1528, os colonizadores espanhóis levaram a novidade para a Europa, adoçando a mistura com canela e baunilha e servindo a bebida quente. Por volta de 1700, ao chegar à França e à Inglaterra, a invenção ganhou leite e se espalhou pelo mundo. Décadas depois, em 1765, começou a fabricação de chocolates em barras, nos Estados Unidos. No Brasil, o cultivo de cacau teve início no século 19, na região de Ilhéus, no sul da Bahia. Hoje, o país consome cerca de 310 mil toneladas de chocolate por ano, algo em torno de 1,8 quilo por habitante. Além de saboroso, o chocolate é uma excelente fonte de energia, sais minerais, potássio, fósforo e magnésio. O drama é que, apesar de tanto benefício, o excesso traz uns pneuzinhos indesejáveis. "Não se deve consumir mais que 100 gramas de chocolate por dia, pois o produto é bem calórico. Um simples tablete contém, em média, 540 calorias, cerca de 20% da necessidade diária de um homem adulto", diz a nutricionista Elizabeth Torres, da Universidade de São Paulo (USP).

Mergulhe nessa

Na internet:

www.abicab.org.br

www.barioncia.com.br


FONTE: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-feito-o-chocolate


domingo, 20 de março de 2022

 

Quem foi Marie Curie e qual a sua importância para a ciência

4 min de leitura
Imagem de: Quem foi Marie Curie e qual a sua importância para a ciência
Imagem: Wikimedia Commons
Avatar do autor

Em 2021, a Netflix adicionou o filme Radioactive em seu catálogo. Dirigido por Marjane Satrapi, conhecida amplamente por Persépolis, a obra retrata algumas das descobertas de Marie Curie, uma cientista polonesa que ficou conhecida principalmente por investigar o campo de assuntos radioativos.

Ao lado de seu marido, Pierre, sua mente brilhante e a grande paixão pela ciência fez com que ela desvendassem alguns mistérios, incluindo a importância da radioatividade na medicina e também seu perigo diante da população.

Mas Curie não foi pioneira apenas em sua área de atuação profissional. Há outros marcos importantes ao longo de sua carreira, sobretudo pela época em que esteve inserida, que são verdadeiramente extraordinários.

(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)(Fonte: Shutterstock/ Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

Além de ter sido a primeira mulher a vencer o prestigiado Prêmio Nobel, também foi a primeira a vencê-lo mais de uma vez — em 1903 ao lado de Pierre e em 1911. A cientista ainda foi a primeira mulher a se tornar professora da Universidade de Paris.

Quer saber mais sobre a vida da estudiosa, bem como suas contribuições importantes para a ciência? Confira mais detalhes logo abaixo!

Marie Curie: dos primeiros anos às primeiras descobertas

Curie nasceu em 1867, sendo filha de dois professores bastante importantes na região da Varsóvia. Por conta das crises políticas ocorridas durante sua infância, Wladyslaw Sklodowski, seu pai, professor de matemática e física, foi impedido de seguir ensinando em laboratórios e acabou levando alguns dos principais aparatos técnicos para sua residência, local onde seus filhos, sobretudo Marie, passaram a se interessar pelos assuntos que lecionava.

No entanto, por opiniões contrárias ao regime da época, Wladyslaw deixou seu cargo como professor e foi obrigado a trabalhar em uma nova posição com um salário menor. A crise política do país atingiu a família com uma devastadora crise financeira. Nessa época, Bronislawa, a matriarca, já havia falecido de tuberculose.

Embora tivessem grande aptidão para os estudos científicos, muito motivados pelo pai, Marie e suas irmãs não poderiam ingressar na área acadêmica tradicional. No entanto, elas se matricularam na clandestina Universidade Volante de Varsóvia, que até certo ponto admitia mulheres enquanto estudantes. E em 1891, aos 24 anos, Marie conseguiu se mudar para Paris, quando convidada por sua irmã mais velha, que já estava casada.

( Fonte: Shutterstock/Reprodução)( Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte:  Shutterstock 

A partir desse ponto, ela conseguiu seus diplomas superiores mesmo diante de inúmeras dificuldades financeiras e passou a lecionar física para se sustentar. Anos depois, ingressou em laboratório profissional enquanto ainda seguia com sua formação na Universidade de Paris.

Foi apenas a partir desse ponto que começou verdadeiramente sua carreira científica, embora sempre tivesse um desejo latente em torno de pesquisas na área. Ao conhecer seu futuro marido, Pierre, os dois passaram a desenvolver estudos lado a lado, pois a paixão pela ciência foi o fator que mais os aproximou. Depois de propor casamento a Marie, Pierre decidiu se mudar para a Polônia com a amada, mas ela não conseguia emprego em sua área de formação apenas por ser mulher.

Dessa forma, ela decidiu seguir com a carreira acadêmica na França, conseguindo ingressar no programa de doutorado em estudos da física em 1895. E pensando sobre as contribuições de Wilhelm Roentgen e Henri Becquerel nessa mesma época para formular uma nova tese, Curie desenvolveu algumas hipóteses acerca dos raios de urânio. Utilizando técnicas inovadoras para suas análises, conseguiu fazer inúmeras descobertas, inclusive, sobre a questão de divisão dos átomos.

Marie Curie(Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte: Shutterstock

Mas seus estudos não eram patrocinados e o laboratório utilizado era apenas um galpão sem qualquer tipo de segurança. Mesmo assim, o trabalho de Marie Curie ia impressionando cada vez mais Pierre, que decidiu se tornar um assistente dela conforme o tempo foi passando. E ao pensarem em fazer a divulgação científica, cunharam o termo “radioatividade” em um artigo publicado em dezembro de 1898.

Juntos, eles conseguiram postular suas teses e provar suas hipóteses em cerca de 32 artigos. Vale destacar, entretanto, que alguns deles foram publicados separadamente. Portanto, é correto afirmar que Marie Curie é a mãe da radioatividade, pois além de cunhar esse termo, também foi uma das primeiras cientistas a pensar sobre o assunto.

Mulheres na Ciência: quem está escrevendo a história atualmente?

Antes de qualquer coisa, é preciso elucidar que o fazer científico está ligado a diversas áreas, seja no campo dos elementos naturais, como Marie Curie, e também nas humanidades. Deixando um imenso legado para o mundo, a estudiosa polonesa é muito importante por sua determinação em seguir adiante, mesmo com impedimentos inaceitáveis.

Certamente, ela se tornou inspiração para muitas mulheres que pensam em dedicar suas vidas à ciência. Inclusive, atualmente, no Brasil, podemos citar alguns exemplos de sucesso, que investigam, cada uma em sua área de formação, temáticas que podem fornecer contribuições grandiosas.

(Nexo/Reprodução)(Nexo/Reprodução)Fonte:  Nexo 

Thaisa Bergmann, por exemplo, é doutora em Astrofísica, e estuda o papel dos buracos negros na evolução do universo, também pensando sobre a representação desses fenômenos na cultura popular.

Um outro exemplo interessante é o de Sônia Guimarães, a primeira mulher negra a lecionar no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), uma das instituições mais prestigiadas do Brasil. Em seu fazer científico, ela se especializou na tecnologia dos componentes, obtendo o título de doutora em materiais eletrônicos.

Por fim, é válido também citar Beatriz Raposo, que estuda aspectos curiosos e específicos da linguística. Além de trabalhar com fonologia, a estudiosa ainda investiga alguns aspectos entre fala e canto e como a linguística se articula em outras áreas do conhecimento.

sábado, 19 de março de 2022

Gênios do Brasil #8: Cesar Lattes, o físico injustiçado pelo Prêmio Nobel

6 min de leitura

 



Imagem de: Gênios do Brasil #8: Cesar Lattes, o físico injustiçado pelo Prêmio Nobel
Avatar do autor

Se algum dia o Brasil esteve muito, mas muito perto mesmo de ganhar um Prêmio Nobel, não foi pela literatura ou pela paz (o que também seria muito merecedor), mas sim pela física atômica. O personagem da oitava parte da série Gênios do Brasil realizou o que foi provavelmente seu maior feito, juntamente com outros pesquisadores, quando tinha apenas 23 anos. Por ter descoberto uma partícula dentro do núcleo dos átomos – o méson pi –, foi reconhecido como um dos maiores cientistas brasileiros de todos os tempos, apesar da injustiça ocorrida por não ter sido agraciado com o Prêmio Nobel de Física por seu trabalho.

Ainda é confuso o motivo pelo qual o Nobel não foi dado ao renomado cientista – o próprio já falou sobre o assunto – e muito se especula, falando-se inclusive em politicagem que teria beneficiado o colega inglês do brasileiro e o deixado de lado, mas casos como esse são complicados para se discutir, ainda mais tanto tempo depois. O importante é que o personagem sobre o qual falaremos hoje tem uma importância incalculável para a ciência no Brasil, e certamente tudo seria muito pior sem sua influência no mundo acadêmico tupiniquim.

Gênios do Brasil: César Lattes

a

Muito precoce em sua carreira como cientista, Lattes fez parte de um grupo de jovens pesquisadores brasileiros brilhantes que surgiram nessa geração

Filho de imigrantes italianos, Lattes nasceu Cesare Mansueto Giulio Lattes na cidade de Curitiba em 11 de julho de 1924, mas ficou famoso com o nome abrasileirado, César. Mudou-se cedo para São Paulo, onde concluiu seu ensino básico e se graduou em Física e Matemática com apenas 19 anos de idade na Universidade de São Paulo (USP).

Muito precoce em sua carreira como cientista, Lattes fez parte de um grupo de jovens pesquisadores brasileiros brilhantes que surgiram nessa geração nas universidades brasileiras. Em contato com os professores Gleb Wataghin (russo naturalizado italiano) e Giuseppe Occhialini (italiano), Lattes foi parar na Inglaterra – após ter fundado com apenas 23 anos o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro – e lá trabalhou com Cecil Frank Powell na Universidade de Bristol.

a

Cientista precoce

Recém-chegado na Inglaterra, Lattes inteirou-se do trabalho de Powell e, usando uma emulsão nuclear utilizada pelo renomado cientista e melhorando-a – por meio da adição de boro –, o pesquisador brasileiro foi capaz de identificar uma nova partícula subatômica, o que significou uma grande revolução no estudo da física atômica, criando uma nova área de conhecimento chamada física de partículas.

Lattes foi trabalhar em um laboratório construído na Bolívia a mais de 5 mil metros de altitude, onde usava chapas fotográficas para registrar e estudar raios cósmicos

O professor de Lattes, Occhialini, também se envolveu na pesquisa e desenvolveu trabalhos a respeito, mas apenas Powell foi reconhecido pela comunidade científica e agraciado com o Prêmio Nobel de Física pelo achado, mesmo com o brasileiro tendo sido extremamente crucial para a descoberta do méson pi. Nos anos seguintes, Lattes foi trabalhar em um laboratório construído na Bolívia a mais de 5 mil metros de altitude, onde usava chapas fotográficas para registrar e estudar raios cósmicos. Lá reforçou a natureza de sua descoberta com novos registros e ganhou, ainda cedo na vida, grande fama mundial.

a

Retorno triunfal

Lattes voltou para o Brasil após um artigo publicado em outubro de 1947 na revista Nature, uma das mais conceituadas no mundo científico, e foi ovacionado pela imprensa e o público como um jovem gênio. No auge de seu sucesso, o cientista retornou à Europa, mas já com outras intenções: tinha vontade de ir para a Califórnia testar sua teoria com o auxílio do acelerador de partículas situado na Universidade de Berkeley, até então o mais potente que existia.

O cientista brasileiro caiu no gosto do público aqui no Brasil também, onde era chamado pela imprensa de 'herói da era nuclear'

O cientista brasileiro teve um grande apoio de ninguém menos que Niels Bohr, considerado um dos maiores físicos da história e vencedor do Prêmio Nobel de Física ainda em 1922. Chegando aos Estados Unidos, Lattes foi capaz de identificar o méson pi sendo gerado artificialmente pela máquina, e não apenas pelas emissões cósmicas que estudou na Europa e nos Andes usando chapas fotográficas. Esse uso de máquinas de grande potência para o estudo da física fez com que muito dessa ciência se voltasse para os Estados Unidos, tornando o país o novo centro de pesquisas na área.

As descobertas nas quais Lattes estava completamente envolvido sacudiram profundamente a ciência, sendo veiculadas tanto nas mais renomadas publicações científicas quanto em revistas e jornais de grande circulação. O cientista brasileiro caiu no gosto do público aqui no Brasil também, onde era chamado pela imprensa de “herói da era nuclear”, algo muito grandioso em plena Guerra Fria.

a

A questão do Prêmio Nobel

E o Powell, malandro, pegou o prêmio Nobel para ele. Occhialini e eu entramos pelo cano

Muito se discute sobre o merecimento do Prêmio Nobel de Física que foi dado a Cecil Frank Powell justamente pelo trabalho do qual fez parte crucial o brasileiro César Lattes. Especula-se que o culpado por apenas Powell ter sido premiado seja o costume da associação responsável pela premiação de agraciar apenas os chefes das respectivas pesquisas ganhadoras da honraria, mas fala-se também em politicagem e preconceito.

Em uma entrevista para o Jornal da Unicamp, o próprio Lattes comentou o assunto que, para ele, na época, foi “malandragem” de Powell:

"Sabe por que eu não ganhei o prêmio Nobel? Em Chacaltaya, quando descobrimos o méson-pi, se publicou: Lattes, Occhialini e Powell. E o Powell, malandro, pegou o prêmio Nobel para ele. Occhialini e eu entramos pelo cano. Ele era mais conhecido, tinha o trabalho da produção de pósitrons em 1933. Depois fui para a Universidade da Califórnia, onde foi inaugurado o sincrociclotron em 1946. Já era 1948 e estava produzindo mésons desde que entrou em funcionamento em 1946, tinha energia mais que suficiente. Então, detectamos, Eugene Garden e eu, o méson artificial, alimentando a presunção de retirar do empirismo todas as pesquisas que se relacionassem com a libertação da energia nuclear. Sabe por que não nos deram o Nobel? Garden estava com beriliose, por ter trabalhado na bomba atômica durante a Guerra, e o berílio tira a elasticidade dos pulmões. Morreu pouco depois, e não se dá o prêmio Nobel para morto. Me tungaram duas vezes".

Lattes, porém, mais próximo do fim de sua vida, parecia realmente não ligar muito para o fato de não ter sido agraciado com o prêmio. Para ele, “esses prêmios grandiosos não ajudam a ciência”.

a

Legado e morte

César Lattes provavelmente é mais amplamente conhecido no mundo acadêmico brasileiro por dar nome ao sistema de currículos de cientistas, pesquisadores e estudantes. A Plataforma Lattes, criada pelo CNPq, é amplamente utilizada por alunos, professores e pesquisadores de Universidades brasileiras e registra a vida profissional dos usuários.

O cientista brasileiro também fez parte de uma série de organizações e instituições durante sua vida, como a Academia Brasileira de Ciências, a União Internacional de Física Pura e Aplicada, o Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, as Sociedades Brasileira, Americana, Alemã, Italiana e Japonesa de Física, entre outras, além de ter sido mentor de importantes iniciativas, como a formação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, da Escola Latino-Americana de Física e do Centro Latino-Americano de Física.

Cesare Mansueto Giulio Lattes faleceu em Campinas, interior de São Paulo, no dia 8 de março de 2005, com 81 anos de idade e em decorrência de um ataque cardíaco, deixando para trás um legado de conhecimento científico incalculável para a humanidade. 


Fonte: https://www.tecmundo.com.br/ciencia/130039-genios-brasil-8-cesar-lattes-fisico-injusticado-premio-nobel.htm