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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Meio ambiente

Etanol brasileiro precisa equilibrar emissões da adubação

Alicia Nascimento Aguiar - Agência USP - 21/06/2010

Biocombustível e adubação

A produção de cana-de-açúcar no estado de São Paulo ainda necessita encontrar um ponto de equilíbrio entre a adubação adequada para a manutenção da produção e a redução de óxido nitroso (N2O), que possui potencial de aquecimento 298 vezes maior que o dióxido de carbono (CO2).

A conclusão é de um estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, que buscou obter mais dados em relação às emissões de gases de efeito estufa (GEE) em áreas de cana-de-açúcar no estado de São Paulo.

"Para que um biocombustível seja realmente benéfico sob o ponto de vista ambiental, é necessário analisar o somatório das emissões de GEE durante todo o processo produtivo", aponta Diana Signor, autora da pesquisa.

Cana-de-açúcar sem queima

Segundo Diana, o principal biocombustível no Brasil é o etanol produzido a partir da cana-de-açúcar, cujas emissões associadas à combustão são inferiores às da gasolina. Porém, ainda resta compreender as emissões de GEE associados ao processo produtivo da matéria-prima.

"A adoção da colheita de cana-de-açúcar sem queima, na qual as folhas da cultura são deixadas no campo ao invés de serem queimadas, evita as emissões decorrentes da queima da biomassa vegetal. Além disso, parte do material orgânico adicionado ao solo na forma de palhada sofre decomposição e se transforma em compostos orgânicos estáveis, configurando o acúmulo de carbono no solo", afirma a pesquisadora.

Segundo a pesquisadora, uma das principais fontes de emissão de GEE na produção de cana-de-açúcar colhida sem queima é a aplicação de fertilizantes nitrogenados ao solo que eleva, principalmente, as emissões de N2O.

"O armazenamento e vinhaça nos canais a céu aberto para aplicação na cultura, responsável pela emissão de metano (CH4), a decomposição da palhada adicionada ao solo e o processo de reforma do canavial, associados à emissão de CO2, também contribuem negativamente", aponta a pesquisadora

Emissões dos fertilizantes

O objetivo da pesquisa conduzida na Esalq foi quantificar as emissões de N2O associadas ao uso de fertilizantes nitrogenados na adubação das soqueiras de cana-de-açúcar. Na avaliação das emissões foram conduzidos estudos em laboratório e campo para avaliar as emissões de diferentes doses de dois fertilizantes: ureia e nitrato de amônio.

Os experimentos da pesquisa mostraram que as emissões de N2O são diferentes para as duas fontes de nitrogênio (N) adicionados ao solo. "O experimento conduzido em laboratório indicou que as emissões de N2O são maiores para ureia. Considerando a aplicação de uma dose de 120 kg ha-1 de nitrogênio, a emissão de N2O, quando se aplicou ureia ao solo, foi 2,5 vezes maior do que quando o nitrato de amônio foi usado.

Já em condições de campo, devido à organização dos constituintes do solo, pode haver simultaneamente locais com disponibilidade e com deficiência de oxigênio. E nessas condições, as emissões de N2O foram praticamente as mesmas para as duas formas de nitrogênio até uma dose aproximada de 110 kg ha-1 de N. Acima desta dose, as emissões do nitrato de amônio foram muito maiores que as da ureia", explica Diana.

A pesquisadora lembra que alguns trabalhos publicados anteriormente em outros países haviam sugerido que as emissões de N2O aumentam linearmente com o aumento da dose de fertilizante nitrogenado, enquanto outros autores haviam sugerido que este aumento seria exponencial.

Emissões dos fertilizantes

Contudo, o intervalo de doses testado nos trabalhos consultados foi menor que o testado neste estudo. O uso de várias doses de nitrogênio, de 60 a 180 kg ha-1 de N, foi importante para que fosse obtido um resultado que não havia sido descrito nos trabalhos tomados como referência.

As emissões de N2O aumentaram exponencialmente num primeiro momento, mas atingiram um ponto de máximo. Ou seja, em doses maiores, o aumento da quantidade de N adicionada ao solo não implica em aumento das emissões de N2O. "Este comportamento das emissões é perfeitamente aceitável, já que os processos de transformação do nitrogênio no solo são mediados por microorganismos e, portanto, estão sujeitos às condições de máximo desenvolvimento", detalha a mestranda.

Diana enfatiza que os resultados que sugerem a existência deste patamar nas emissões foram obtidos apenas quando se testou a ureia. "Para o nitrato de amônio, a curva de emissão de N2O cresceu exponencialmente com a dose de nitrogênio adicionada ao solo. Isto não reduz a importância do trabalho e sugere que outros estudos sejam feitos com outras fontes de nitrogênio e em doses maiores, para verificar se este comportamento também ocorre com outros fertilizantes nitrogenados e a partir de que dose isto aconteceria."

A pesquisa de Diana foi orientada pelo professor Carlos Eduardo Pellegrino Cerri, do Departamento de Ciência do Solo (LSO), da ESALQ.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=etanol-brasileiro-emissoes-adubacao&id=010125100621

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Meio ambiente

Brasileiros desenvolvem método inédito para reciclagem de plástico

Débora Motta - Faperj - 15/07/2010

Brasileiros desenvolvem método inédito para reciclagem de plástico
Amostras de polímeros no laboratório da Coppe: é possível produzir plásticos reaproveitando até 40% de material plástico já utilizado. [Imagem: Faperj]

Buscando uma forma de minimizar os efeitos ambientais negativos do excesso de plástico descartado, pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) desenvolveram uma nova técnica de reciclagem desse material.

Testes realizados no Laboratório de Modelagem, Simulação e Controle de Processos da instituição mostraram que é possível criar resinas plásticas produzidas a partir do reaproveitamento de até 40% de material plástico já utilizado.

Polimerização em suspensão

O método escolhido pela equipe foi a reciclagem com produção in situ, que possibilita incorporar materiais plásticos usados a plásticos virgens no próprio ambiente da reação química.

Por meio da polimerização em suspensão, foram realizadas misturas moleculares de poliestireno reciclado e de poliestireno virgem, usando copos descartáveis.

"A técnica é simples. Basicamente dissolvemos o plástico usado numa solução com reagentes e depois adicionamos o material direto no reator para fazer mais plástico", diz o professor José Carlos Pinto, responsável pelo projeto.

Ao contrário de outras técnicas de reciclagem, como a mecânica, esse método mantém a qualidade do produto final, pois a adição de plásticos reciclados não interfere no andamento da reação química de polimerização.

"O plástico usado foi reincorporado como matéria-prima do processo sem grandes transformações químicas. As propriedades finais do produto são similares às propriedades dos polímeros não-reciclados", assinala.

Reciclagem de isopor

Além de copos descartáveis, a técnica pode ser empregada com outras famílias de materiais à base de poliestireno, de poliacrilatos, de polimetacrilatos e de poliacetatos, como aqueles utilizados para fabricar capas de CD, isopor, interiores de geladeira e carcaças de televisão, entre outros produtos.

"O próximo passo é testar a técnica com cargas de isopor recicladas. O isopor não é biodegradável, mas pode ser facilmente reciclado e utilizado para fabricar isopor novo", adianta José Carlos.

A Coppe já encaminhou ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a solicitação de patente para a nova técnica, que poderia ser facilmente incorporada ao setor produtivo para uso em escala industrial, devido ao seu baixo custo. "Para as fábricas se adaptarem a essa tecnologia, precisariam apenas fazer pequenos ajustes, como adicionar na linha de produção um recipiente para misturar o plástico reciclado com os reagentes", explica.

Impactos da reciclagem do plástico

De acordo com o professor José Carlos Pinto, a reciclagem é a melhor resposta diante do debate sobre usar ou não usar o plástico. "A questão maior não é se devemos usar ou não o plástico, mas o que devemos fazer com ele depois do seu ciclo de uso", destaca o engenheiro químico, lembrando que o plástico deve ser tratado como uma matéria-prima potencialmente reutilizável, e não como lixo.

O professor ressalta os impactos ambientais positivos da transformação de plástico em plástico. "A reciclagem contribui para reduzir a quantidade de material descartado no meio ambiente, pois o utiliza como matéria-prima para produzir novos materiais plásticos. Ao ser reciclado, se economiza o petróleo que seria utilizado para fazer plástico novo e isso certamente contribui para a redução da emissão de carbono na atmosfera", diz.

A reciclagem do plástico também pode resultar em consideráveis impactos econômicos e sociais. "A reciclagem pode estimular a valorização econômica dos resíduos plásticos. Eles têm baixo valor agregado, apesar de serem derivados do petróleo, e por isso são facilmente descartados pela população", avalia. "Ela também pode gerar empregos por incentivar a coleta seletiva de plástico por cooperativas de catadores de lixo".

Plásticos

Plásticos são materiais formados pela união de grandes cadeias moleculares chamadas polímeros, que por sua vez são formadas por moléculas menores, chamadas monômeros.

Estima-se que no Brasil pelo menos 2,2 milhões de toneladas de plástico pós-consumo (descartados após o uso) se acumulam anualmente, segundo dados da Plastivida Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos - entidade que representa institucionalmente a cadeia produtiva do setor para divulgar a importância dos plásticos na vida moderna e promover sua utilização ambientalmente correta.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=metodo-inedito-reciclagem-plastico&id=010125100715

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mecânica

Carro ecológico sem portas é arma contra engarrafamento

Jorn Madslien - BBC - 21/09/2010

Carro ecológico sem portas é arma contra engarrafamento
O T 25 alcança a velocidade máxima de 145 km/hora e deve custar em torno de US$ 9 mil. [Imagem: Gordon Murray Design]

Intenções revolucionárias

Um ex-projetista da Fórmula 1 criou um carro ecológico que pode ser a solução para o congestionamento nas grandes cidades.

O veículo ocupa um terço do espaço de um carro convencional quando estacionado, é tão estreito que pode dividir uma mesma faixa de rua ou pista com outro automóvel e é construído à base de materiais reciclados.

Sua manufatura dispensa grande parte da maquinaria pesada usada pela indústria automobilística hoje e requer apenas 20% do capital necessário atualmente.

Herói dos amantes do automobilismo, Gordon Murray desenhou, entre outros, a McLaren dirigida por Ayrton Senna quando o brasileiro venceu seu primeiro campeonato na Fórmula 1.

Há seis anos, o projetista abandonou as corridas e, levando consigo a mesma equipe de engenheiros que trabalhava com ele na McLaren, saiu em busca de um novo desafio: construir o minúsculo T 25, um carro urbano que, ele espera, vai revolucionar a forma como automóveis são construídos hoje em dia.

Carro ecológico T 25

O carro de Murray é construído à base de fibra de vidro, garrafas de plástico recicladas e tubos ocos de aço. Ele utiliza um quinto dos materiais necessários para se construir um carro convencional.

O veículo leva três passageiros, pesa 575 kg, tem 240 cm de comprimento, 130 cm de largura e 160 cm de altura.

O T 25 alcança a velocidade máxima de 145 km/hora e deve custar em torno de US$ 9 mil.

Segundo seus idealizadores, um carro como esse teria o potencial de impedir engarrafamentos nas ruas e estradas do mundo, tendo em vista projeções de que o número de veículos no planeta deva atingir 2,5 bilhões por volta de 2020.

Ele também pode permitir que milhões de pessoas realizem seu sonho de ter um carro - mas consumindo menos recursos vitais para o planeta, como água, energia ou aço.

Carro sem portas

O objeto que concretiza a visão de Murray está guardado em um prédio modesto em uma região industrial em Surrey, no sudeste da Inglaterra.

O T 25 não tem portas. Para entrar nele, é preciso erguer a cabine do motorista.

Carro ecológico sem portas é arma contra engarrafamento
O T 25 não tem portas. Para entrar nele, é preciso erguer a cabine do motorista. [Imagem: Gordon Murray Design]

Seguindo o padrão dos supercarros da Fórmula 1, o motorista se senta sozinho na parte dianteira do carro, no meio do veículo, com os dois assentos de passageiros localizados na parte traseira.

Também seguindo o modelo da F1, o T 25 é construído com materiais compósitos - e apenas os mais baratos.

Os painéis do corpo do carro e o monobloco (ou base) são reforçados com fibra de vidro, que custa muito menos do que a fibra de carbono, diz Murray.

"Algumas das fibras são (agrupadas em padrões) aleatórios, algumas são entrelaçadas e outras são unidirecionais - isso é mentalidade de Fórmula 1", disse Murray à BBC.

A estrutura está fixada em uma armação feita com um tubo de aço que "sozinho, não é forte o suficiente".

Murray explica, no entanto, que uma vez que o monobloco é colado ao tubo, em um processo similar à forma como as janelas de um carro são fixadas no corpo do veículo, ele se torna "tão resistente e seguro como um carro convencional".

Manufatura flexível

Segundo Murray, o processo de fabricação dos carros criados por sua equipe, batizado de iStream, é flexível e barato.

Ele dispensa as instalações gigantescas das fábricas convencionais e grande parte da maquinaria pesada e altamente poluidora, como as grandes prensas que fabricam componentes de aço e as soldadoras.

Para fazer qualquer modificação no tamanho da armação ou na forma e cor do corpo do carro, basta reescrever o software, explica Murray.

Ou seja, uma mesma linha de produção pode fabricar modelos diferentes em um único dia.

Dessa forma, a fábrica do futuro pode ser menor e mais barata, além de poluir menos.

Propriedade Intelectual

Gordon Murray explicou que o objetivo de sua equipe é projetar carros que, ele espera, sejam produzidos em massa muito em breve.

Além do modelo para três passageiros, Murray e sua equipe - composta por 30 engenheiros - estão secretamente desenvolvendo vários desenhos diferentes - veículos para dois, cinco e oito passageiros, além de um ônibus.

Carro ecológico sem portas é arma contra engarrafamento
O T 25 é tão estreito que pode dividir uma mesma faixa de rua ou pista com outro automóvel. [Imagem: Gordon Murray Design]

Ele enfatiza, no entanto, que seu objetivo não é fabricar os carros e, sim, mostrar ao mundo o que sua equipe é capaz de fazer.

"Sou conhecido como um projetista, minha equipe constitui uma empresa de engenharia, mas na verdade a essência do nosso negócio é propriedade intelectual."

"Quero vender tantas licenças iStream para tantas pessoas e para tantos carros diferentes quanto possível, no mundo inteiro", diz Murray.

Carro barato

O argumento final de Gordon Murray em favor de seu carro visionário, no entanto, é econômico.

O uso de componentes mais baratos, em menor quantidade, e uma estrutura de fabricação menor, oferecem aos fabricantes cortes tremendos nos custos e reduz os riscos do investimento.

"A fábrica que constrói um carro iStream - qualquer que seja a forma ou o tamanho do carro - tem cerca de 20% do investimento de capital e 20% do tamanho de uma planta convencional de fabricação", ele disse. "E (usa) cerca de a metade da energia".

"Nós rasgamos o manual de regras e o jogamos pela janela," finaliza ele.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=carro-ecologico-sem-portas&id=010170100921

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meio ambiente

Radiação solar está causando redução da termosfera terrestre

Com informações da NSF - 21/09/2010

Radiação solar está causando redução da termosfera terrestre
A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra.[Imagem: NASA]

Grandes mudanças na produção de energia no Sol estão causando flutuações dramáticas na camada externa da atmosfera da Terra.

Influências do Sol

Um estudo recém-publicado na revista Geophysical Research Letters, financiado pela NASA e pela National Science Foundation (NSF), faz uma associação direta entre um encolhimento recente de uma camada da alta atmosfera da Terra com uma queda acentuada nos níveis de radiação ultravioleta emitidas pelo Sol.

A pesquisa indica que o ciclo magnético solar, que produz números variáveis de manchas solares ao longo de ciclos de cerca de 11 anos, pode variar mais do que se pensava anteriormente.

"Esta pesquisa apresenta um argumento convincente para a necessidade de se estudar o sistema acoplado Sol-Terra", afirmou Farzad Kamalabadi, da NSF, "e ilustra a importância da influência solar sobre o nosso ambiente terrestre, com implicações fundamentais tanto científicas quanto em termos de consequências sociais."

Navegação espacial

As descobertas podem ter implicações para os satélites em órbita, bem como para a Estação Espacial Internacional.

Por um lado, o fato de que a camada superior da atmosfera, conhecida como termosfera, se encolhe e fica menos densa, significa que os satélites podem manter mais facilmente suas órbitas, permanecendo no espaço por mais tempo e desfrutando de uma vida útil maior.

Por outro lado, isso indica que o lixo espacial e outros objetos que apresentam riscos para a "navegação espacial" também podem ficar por mais tempo na termosfera do que se calculava.

Termosfera

Os dados demonstraram que o que se convencionou chamar de "mínimo solar" não é uma situação padrão, mas varia de um ciclo para outro. Ou seja, os mínimos solares não são iguais entre si.

A produção de energia no Sol caiu a níveis anormalmente baixos entre 2007 e 2009, um mínimo solar particularmente prolongado, durante o qual praticamente não ocorreram manchas solares ou tempestades solares.

Durante esse período de baixa atividade solar, a termosfera terrestre encolheu mais do que em qualquer momento desde que ela é monitorada, ao longo dos últimos 43 anos da chamada era espacial.

A termosfera, que compreende uma faixa entre 90 e 500 km com altitude, é uma camada de gás rarefeita na fronteira com o espaço exterior. É lá que se dá o primeiro contato da radiação solar com a atmosfera da Terra.

Ela geralmente esfria e se torna menos densa durante períodos de atividade solar muito baixa.

Mas a magnitude da queda de densidade da termosfera durante o mínimo solar mais recente foi cerca de 30 por cento maior do que seria de se esperar mesmo com a baixíssima atividade solar verificada.

Influência do CO2

O estudo também mostrou que a variação da termosfera sofre pouca influência do nível de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera terrestre. Os cálculos anteriores estimavam que o gás de efeito estufa estaria reduzindo a densidade da camada externa da atmosfera entre 2 e 5 por cento por década.

Estudando um período de 13 anos (1996 a 2008, inclusive), eles verificaram que a termosfera esfriou 41 kelvin (K) no período, com apenas 2 K atribuíveis ao aumento do dióxido de carbono.

Quando à densidade da termosfera, os resultados mostraram uma diminuição de 31 por cento, com apenas 3 por cento atribuídos ao dióxido de carbono.

"Agora está claro que o recorde de baixa temperatura e densidade foram primariamente causados por níveis anormalmente baixos de radiação solar na faixa do ultravioleta extremo," diz Stanley Solomon, um dos autores do estudo.

Super mínimos

Os pesquisadores também afirmam que seus dados indicam que o Sol pode estar passando por um período de atividade relativamente baixa de longo prazo, semelhantes aos períodos verificados no início dos séculos 19 e 20.

"Então esperamos ter ciclos solares menos intensos nos próximos 10 a 30 anos," disse Thomas Woods, coautor do trabalho.

Esta conclusão está de acordo com dados de outra pesquisa publicada nesta semana, segundo a qual as manchas solares poderão desaparecer a partir de 2016.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=radiacao-solar-reducao-termosfera&id=010125100921

Bibliografia:

Anomalously low solar extreme-ultraviolet irradiance and thermospheric density during solar minimum
S. C. Solomon, T. N. Woods, L. V. Didkovsky, J. T. Emmert, L. Qian
Geophysical Research Letters
Vol.: 37, L16103
DOI: 10.1029/2010GL044468

domingo, 26 de setembro de 2010

Meio ambiente

Técnica brasileira evita emissão de mercúrio no meio ambiente

Planeta Coppe Notícias - 06/09/2010

Técnica brasileira evita emissão de mercúrio no meio ambiente
O processo inovador já gerou dois pedidos de patente e promete reduzir o impacto ambiental da contaminação do mercúrio no ar, na água e no solo. [Imagem: Cisi/Coppe]

Pesquisadores da Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro, desenvolveram um sistema eficiente para remover mercúrio de efluentes líquidos e do petróleo.

O processo inovador já gerou dois pedidos de patente e promete reduzir o impacto ambiental da contaminação do mercúrio no ar, na água e no solo.

O sistema capta o mercúrio sem gerar resíduo tóxico, evitando o passivo ambiental produzido nos métodos tradicionais utilizados para esse fim.

Coordenado pelos pesquisadores Vera Salim e Neuman S. de Resende, do Programa de Engenharia Química da Coppe, o projeto conta com o apoio da Petrobras.

Emissões de mercúrio no ambiente

As atividades industriais e a queima de combustíveis fósseis são responsáveis pela emissão de altas taxas de mercúrio no meio ambiente.

Segundo mapeamento do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP na sigla em inglês), estima-se um aumento de 1480 toneladas emitidas em 2005 para 1850 toneladas em 2020 nos níveis mundiais de mercúrio, atingindo regiões até então pouco afetadas como alguns países da América do Sul, entre eles o Brasil.

Os pesquisadores advertem que, se nada for feito, até 2050 serão lançadas na atmosfera cerca de 8 mil toneladas de mercúrio, com acumulação de 2 a 3 mil toneladas no meio ambiente.

Entre os países com índices mais altos de mercúrio no mundo estão China, Índia e Estados Unidos. O Brasil aparece em sétimo lugar.

No encontro promovido pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas, em junho deste ano, na Suécia, os pesquisadores discutiram a necessidade de elaborar uma legislação para o controle dos níveis de mercúrio no mundo. "Apesar de verificarmos um crescimento expressivo dos níveis do metal no Brasil e no mundo, há carência de dados precisos para melhor avaliarmos seus efeitos", afirma Vera.

Remoção do mercúrio

No sistema concebido pelos pesquisadores do Laboratório de Fenômenos Interfaciais da Coppe, o mercúrio passa por uma coluna com adsorvente, um sólido à base de fosfato, que capta o mercúrio sem gerar resíduo.

A grande vantagem em relação aos métodos convencionais é que esse sistema possibilita a fixação do mercúrio na sua estrutura, evitando a recontaminação e os eventuais procedimentos de gerenciamento do material tóxico produzido.

Pelo método tradicional, ao regenerar o adsorvente o mercúrio é volatilizado e condensado, transformando-se no final do processo em mercúrio líquido, que é removido e estocado.

"Não temos dados sobre a quantidade e a forma como esse metal é armazenado. O risco de gerar um passivo ambiental é grande e os dados não são divulgados de forma transparente, o que dificulta uma avaliação precisa do índice de emissão e do risco de contaminação desse material no meio ambiente", afirma Vera Salim.

Há cerca de oito anos a Coppe desenvolve pesquisa em processos de descontaminação de mercúrio. O processamento de petróleo, por exemplo, gera inevitavelmente resíduos tóxicos e a emissão do mercúrio na atmosfera.

Outra preocupação é o mercúrio acumulado, que é reintroduzido no meio ambiente, constituindo uma ampla cadeia de contaminação: o mercúrio é transportado pelas chuvas, levado a regiões estuárias, podendo acumular-se nos sedimentos ou no ar, por meio de fotossíntese.

Mercúrio no meio ambiente

O mercúrio está presente no meio ambiente em três formas distintas: metálico, orgânico e inorgânico.

"O mercúrio orgânico é o mais letal e pode estar presente, por exemplo, em peixes contaminados. Um rio afetado contamina peixes que, ingeridos, contaminam pessoas. As correntes atmosféricas e a migração dos pássaros também são capazes de levar o mercúrio a longas distâncias. Por essa razão, medidas regionais não são suficientes para conter a contaminação. Precisamos de decisões de alcance global, pois o mercúrio tem grande capacidade de disseminação, com transporte de longo alcance", alerta Vera.

O mercúrio também está presente no dia-a-dia de todos, em produtos como amálgamas dentárias e lâmpadas fluorescentes que podem contaminar o meio ambiente após o seu descarte.

"É preciso ter consciência ambiental e regras para efetuar o descarte desse material. Precisamos estabelecer normas capazes de conter a disseminação do mercúrio e cumpri-las", adverte Vera Salim.

As erupções vulcânicas também são responsáveis por emissões. Segundo a professora da Coppe, ainda é difícil medir o impacto desse fenômeno. "Não sabemos, por exemplo, quais são as consequências da erupção do vulcão na Islândia, que este ano despejou grande quantidade de fumaça e cinzas na atmosfera".

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=emissao-mercurio-meio-ambiente&id=010125100906

sábado, 25 de setembro de 2010

Meio ambiente

Economia individual de energia tem grande impacto sobre meio ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/08/2010

Desligar as luzes, diminuir o tempo que a TV fica ligada e usar ciclos mais curtos na lavadora de roupas tem um impacto muito maior na redução das emissões de dióxido de carbono do que se pensava, segundo um novo estudo realizado por cientistas do Imperial College London, na Grã-Bretanha.

O estudo mostra que o valor usado pelas autoridades governamentais para estimar a quantidade de dióxido de carbono economizada pela redução do consumo de eletricidade pelas famílias é até 60 por cento muito baixo do que é na realidade.

Emissões das usinas elétricas

As usinas elétricas que fornecem eletricidade têm taxas variadas de emissão de dióxido de carbono, dependendo do combustível que usam: as que queimam combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás) têm emissões maiores do que aquelas movidas por energia nuclear ou eólica.

O Dr. Adam Hawkes, autor do novo estudo, afirma que os governos devem acompanhar a evolução das taxas de emissão de carbono pelas centrais elétricas para garantir que as decisões políticas para reduzir as emissões sejam baseadas em indícios científicos sólidos.

Outro dado importante, segundo ele, é que apenas as usinas movidas a combustíveis fósseis são capazes de responder instantaneamente às mudanças na demanda de energia elétrica.

Excluir as centrais com taxas baixas de emissões de carbono, como a eólica e as centrais nucleares, e centrar a atenção sobre aquelas que lidam com a flutuação da demanda, segundo ele, resulta em um dado de emissão mais preciso.

Importância da economia individual de energia

O Dr. Hawkes estimou em 0,43 kg a emissão de dióxido de carbono por quilowatt/hora de eletricidade consumida. Este número é 60 por cento menor do que as taxas oficiais calculadas entre 2002 e 2009, que alcançam 0,69 kg de dióxido de carbono por quilowatt/hora.

Isto significa, segundo o pesquisador, que as políticas estão subestimando o impacto gerado pela redução individual no uso da eletricidade.

Apesar de que a maioria dos governos incentive a economia de energia e a adoção de eletrodomésticos mais econômicos, o dado mostraria que as medidas estão calculando resultados muito aquém do que aqueles que serão efetivamente obtidos - provavelmente inibindo a adoção de políticas mais agressivas.

"Contudo, isto também atua no sentido inverso: um pequeno aumento na quantidade de eletricidade que usamos pode significar um aumento nas emissões muito maior do que pensávamos, então precisamos ter certeza de que estamos fazendo tudo o que podemos para reduzir a uso de eletricidade," conclui o Dr. Hawkes.

Bibliografia:

Estimating Marginal CO2 Emissions Rates for National Electricity Systems
Adam Hawkes
Energy Policy
Vol.: Article in Press
DOI: 10.1016/j.enpol.2010.05.053

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Materiais Avançados

Tecido em spray é borrifado no corpo e cria roupa sob medida

BBC - 17/09/2010


Tecido em spray

Um tecido que pode ser borrifado na pele ou em outras superfícies para fazer roupas, curativos médicos e até cortinas e estofados foi apresentado nesta quinta-feira.

O material, desenvolvido pelo acadêmico e estilista espanhol Manoel Torres, em parceria com Paul Luckan, especialista em tecnologia de partículas do Imperial College London, foi batizado deFabrican Spray-on.

Uma vez aplicado na pele com tecnologia aerossol, ele seca instantaneamente, não forma costuras, pode ser lavado e vestido novamente.

O tecido é composto por uma mistura de fibras pequenas, substâncias conhecidas como polímeros - que fazem com que as fibras se unam - e um solvente que permite que ele seja aplicado em forma líquida.

Material futurístico

Após a aplicação, que pode ser feita com lata de aerossol ou um spray de alta pressão, o solvente se evapora.

A textura pode ser alterada de acordo com o tipo de fibra usada (lã, linho ou acrílico) e dependendo da forma de aplicação.

"Quando comecei este projeto, queria criar um material futurístico, sem costuras, rápido e confortável", disse Torres.

"Na minha busca por produzir este tipo de tecido, terminei voltando aos princípios de tecidos mais antigos como o feltro, que também é produzido a partir de fibras e um modo de uni-las sem costurá-las ou tecê-las."

"Como artista, passei meu tempo sonhando com criações únicas, mas como cientista, tenho que me focar em fazer coisas reproduzíveis. Quero mostrar como a ciência e a tecnologia podem ajudar estilistas a criar novos materiais."

Curativos e bancos de carros

A moda, no entanto, é apenas um dos usos para a tecnologia.

Torres criou uma empresa, a Fabrican Ltd, com o professor Luckham, para explorar outras aplicações, como bandagens médicas, lenços umedecidos, perfumadores de ar e estofados para móveis e carros.

"A aplicação do tecido borrifado na moda é uma excelente forma de anunciar o conceito, mas também queremos trabalhar com novas aplicações nas indústrias médica, de transporte e química", disse Luckham.

"Por exemplo, o tecido pode ser produzido e mantido em uma lata de aerossol esterilizada, que poderia ser perfeita para fazer curativos borrifados sem aplicar nenhuma pressão, no caso de queimaduras, ou para aplicar remédios diretamente sobre um ferimento", completou.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tecido-spray-borrifado-corpo&id=010160100917


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

USP inaugura laboratório de sustentabilidade

Agência Fapesp - 21/09/2010

A Escola Politécnica (Poli) da Universidade de São Paulo (USP) inaugurou o Laboratório de Sustentabilidade em Tecnologia de Informação e Comunicação (Lassu), abrigado no Departamento de Engenharia, Computação e Sistemas Digitais.

O laboratório atuará nas áreas de ensino, pesquisa, cultura e extensão em engenharia de computação, visando ao desenvolvimento social, à proteção ambiental e ao crescimento econômico sustentável.

Reciclagem de eletroeletrônicos

De acordo com Tereza Cristina Carvalho, professora de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Poli e diretora do laboratório, a proposta é promover pesquisas ligadas à reciclagem de eletroeletrônicos e incentivar a iniciativa privada na elaboração de projetos sustentáveis.

"O principal objetivo é desenvolver pesquisas tendo como meta a sustentabilidade em tecnologias da informação e comunicação, com foco no ensino e na extensão universitária", disse ela.

Segundo a diretora, o laboratório tratará de assuntos como o uso racional de recursos de tecnologias da informação, o tratamento de lixo eletrônico, a inclusão digital no mercado de reciclagem, eco-design e tecnologias para população de baixa renda.

"Queremos desenvolver, por exemplo, um computador que seja mais facilmente reciclável, projeto que envolverá não apenas os alunos da Poli, mas também da área de design de outras faculdades da USP, como a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, além de parcerias com a comunidade", disse, ao salientar que a iniciativa envolverá parcerias com o setor privado.

Responsabilidade social

O Lassu foi criado a partir da atuação do Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática (Cedir), inaugurado em dezembro de 2009, que recebe equipamentos de pessoas físicas para reciclagem.

"A indústria de reciclagem pode gerar empregos, abrindo caminho para projetos sociais como o treinamento de pessoas para ingressar nesta nova indústria", disse Tereza.

Segundo ela, a Poli já tem um programa nessa área, o Poli Cidadã, que reúne projetos de responsabilidade social. "O objetivo é que os alunos desenvolvam tecnologias apropriadas para comunidades carentes", diz.

O Lassu está localizado na Av. Professor Lúcio Martins Rodrigues, travessa 5, nº 97 (ao lado do Cedir), na Cidade Universitária, em São Paulo.

fonte: http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=laboratorio-sustentabilidade&id=020175100921