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domingo, 10 de março de 2013


ESPECIAL SUSTENTABILIDADE

H2O em alta

A escassez de água limpa é uma ameaça para a humanidade - mas traz também uma abundância de oportunidades para negócios que se tornaram viáveis com a valorização desse recurso natural

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Antonio Carlos Santomauro
Revista Exame PME – 06/2010
E é quase lugar-comum afirmar que a água será o novo petróleo. A frase pode dar origem a cenários tenebrosos, nos quais guerras são travadas por uma fonte. Mas para empreendedores com propostas de como a humanidade pode conviver com a realidade de que a água passou a ser um recurso natural valioso, a comparação com o petróleo significa oportunidades para aproveitar um mercado que deve movimentar, no mundo todo, 200 bilhões de dólares ao ano nas próximas duas décadas, segundo um estudo coordenado em 2009 pela consultoria McKinsey. Nas páginas seguintes, EXAME PME traz histórias de cinco pequenas e médias empresas brasileiras que estão crescendo ao desenvolver produtos e serviços feitos para matar a sede do mundo. Movidos por sua visão de futuro, seus donos enfrentam barreiras comuns em setores emergentes - alguns ainda desenvolvem modelos de negócios capazes de sustentar a expansão, enquanto outros já atraíram capital de investidores. Todos os casos têm algo em comum - os passos iniciais, geralmente os mais difíceis na trajetória de um negócio realmente novo, já foram dados na direção certa.

UM COPO MEIO CHEIO
O paulista Nelson Guanaes, de 57 anos, transformou um motivo de frustração numa oportunidade de negócios. Nos anos 90, ele trabalhava em uma empresa que perfurava poços em cidades da região do semiárido nordestino. "Eu ficava triste porque, na maioria das vezes, encontrávamos água salobra, que não servia para beber", diz ele. Guanaes teve então a ideia de adaptar para os poços do Nordeste a tecnologia de um tipo de filtro que separa o sal da água do mar, muito comum nos países do Oriente Médio. Foi assim que nasceu a Perenne, que produz equipamentos para retirar os minerais que, dissolvidos na água extraída do subsolo, a tornam imprópria para consumo.

Os municípios nordestinos foram seus primeiros clientes. Há dez anos, Guanaes começou a vender seus filtros para empresas que também captam água no subsolo, como fabricantes de bebidas. Aos poucos, ele passou a ser procurado por indústrias que precisam de água puríssima para movimentar máquinas e aquecer caldeiras, como siderúrgicas e usinas de açúcar e álcool - nesses casos, uma pequena quantidade de sais dissolvidos na água pode danificar os equipamentos. No ano passado, a Perenne faturou 89 milhões de reais, 15% mais que em 2008. Há dois anos, a empresa recebeu investimentos dos fundos Rio Bravo e Greentech, hoje donos de 30% da Perenne. "Setores industriais que consomem muita água, como siderurgia e papel e celulose, estão em franco crescimento", diz Adriano Longo, diretor do Greentech. "Há ótimas perspectivas para uma empresa como a Perenne."

Nelson Guanaes Perenne - São Paulo/SP
O que faz - Dessalinização de água do mar e purificação de água sob demanda para a indústria
Faturamento* - 89 milhões de reais
Por que pode crescer - Empresas que precisam de água tratada para operar, como cervejarias, não poderão depender exclusivamente de serviços tradicionais de abastecimento
Clientes - AmBev, Ford, ONU, Petrobras, Sabesp, Usiminas
Onde atua - Feira de Santana (BA), Fernando de Noronha (PE), João Pessoa (PB), São José dos Campos e São Paulo (SP)
*Em 2009
BRECHAS PARA CRESCER
Pequenos vazamentos nas tubulações muitas vezes drenam recursos das concessionárias de água, pois milhares de litros se perdem debaixo da terra antes mesmo que as equipes de manutenção consigam perceber o problema.
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Como é a eleição do papa? Por que ele recebe um nome especial?

O papa é eleito por um colégio de cardeais que se reúne no Vaticano a portas fechadas. A assembléia para a escolha de um novo pontífice se chama conclave. Após a morte do papa, todos os cardeais do mundo com menos de 80 anos devem viajar a Roma. Hoje existem 135 "eleitores" nessa situação, seis deles brasileiros. Mas o processo de escolha nem sempre foi tão restrito (e pacífico). Foi o papa Nicolas II quem instituiu, em 1509, um decreto tornando a participação na votação exclusiva aos cardeais. Antes disso, era o clero e o povo quem apontava o representante máximo da Igreja Católica e as eleições costumavam ser bem mais conturbadas.
Quando o novo pontífice é eleito, ele recebe um nome especial para honrar uma tradição iniciada ainda com o primeiro líder da Igreja Católica. Segundo a historiografia cristã, Jesus mudou o nome do pescador Simão, um dos seus apóstolos, quando o escolheu para ser seu representante na terra, dizendo o seguinte: "Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja". Simão se tornou São Pedro e desde então cada papa eleito indica o nome que lhe agrada. "A escolha do nome é surpresa também para nós, cardeais", diz o cardeal brasileiro dom Paulo Evaristo Arns, que participou dos conclaves que elegeram os papas João Paulo I e João Paulo II, em 1978.
Votos de féFumaça branca nos céus do Vaticano indica que um novo nome já foi escolhido
1. Quando o papa morre, o camerlengo — cardeal que assume a igreja interinamente — cumpre um ritual. Ele toca três vezes a testa do papa com um martelinho e o chama pelo nome de batismo. Sem resposta, ele anuncia oficialmente o falecimento
2. O conclave começa 18 dias após a morte do papa, tempo necessário para que os cardeais de todo o mundo cheguem a Roma. Eles se reúnem num edifício ao lado da Basílica de São Pedro e recebem um livro contendo parte da vida e da obra de cada um dos cardeais presentes ao conclave — todos candidatos a ser o novo papa
3. A eleição é na Capela Sistina, famosa pelas pinturas do genial Michelangelo (1475-1564). Cada cardeal indica o colega que quer como papa e põe o voto (secreto) num cálice. É difícil algum nome receber logo as indicações necessárias: dois terços mais um voto. Por isso, ocorrem várias votações, duas por dia, até surgirem candidatos fortes que consigam atrair cada vez mais apoio
4. No fim de cada rodada, os votos são contados e queimados. Se nenhum cardeal atingiu os dois terços, os votos são queimados com um produto químico que gera uma fumaça negra que sai da capela. Se a votação indicou um novo papa, os votos são queimados com um produto que torna a fumaça branca
5. Quando um cardeal atinge dois terços mais um dos votos (ou a maioria simples após 30 votações), o camerlengo pergunta ao vitorioso se ele aceita ser papa e qual nome deseja usar. Depois, o camerlengo vai ao balcão de pregações na Basílica de São Pedro e diz a famosa frase: Habemus papam, ou seja, "temos um papa"

FONTE: http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-a-eleicao-do-papa-por-que-ele-recebe-um-nome-especial