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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

O que acontece no corpo de quem passa muito tempo no espaço?

A ausência de gravidade, o isolamento e as altas doses de radiação afetam desde a massa muscular e o paladar até a imunidade e o ritmo de sono

SAIU DA JAULA O MONSTROSem a gravidade terrestre, o corpo reduz a produção de células dos músculos porque “entende” que eles não precisam de tanto reforço. Partes que mais lutam contra essa força aqui na Terra, como a panturrilha e as costas, podem perder até 25% da massa muscular já nos primeiros dias de espaço. Astronautas fazem exercícios com elásticos para reduzir essa atrofia, mas mesmo assim a perda de massa chega a 5% por semana.
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(Chiquinha/Mundo Estranho)
ESQUELETO DE VIDROAssim como acontece com as fibras musculares, o corpo é desestimulado a produzir células dos ossos na ausência de gravidade. Resultado: a massa óssea cai em uma taxa de 1% ao mês, e projeções sugerem que essa perda só pararia na casa dos 60%.
CRESCIMENTO TEMPORÁRIOA gravidade ajuda a manter as vértebras “pressionadas” umas contra as outras. Sem essa força, elas se distanciam entre si. Isso aumenta a altura do astronauta em até 3% (para uma pessoa com 1,80 m, isso significa “crescer” para 1,85 m). Legal, né? Que nada. Quando ele volta pra Terra, sofre uma dolorosa compressão da coluna.

(Chiquinha/Mundo Estranho)
QUAL LADO É PRA CIMA?A falta de gravidade também afeta o nosso aparelho vestibular, que nos dá senso de equilíbrio com base na posição de um líquido dentro de um órgão oco no nosso ouvido interno. Sem gravidade, esse líquido “flutua” lá dentro e causa tonturas, dores de cabeça, coriza e uma baita desorientação.


(Chiquinha)
MUITO POUCO SANGUESem gravidade, o sangue corre doido por todo o corpo, diferentemente do que rola na Terra, onde ele “desce” para os pés. A pressão sanguínea no cérebro sobe, o que é interpretado pelo organismo como excesso de sangue. Resultado: o corpo para de produzi-lo, e o volume cai 22% em três dias. Sem sangue para bombear, o coração atrofia e a pressão arterial desce.

(Chiquinha/Mundo Estranho)
NÃO ME TOQUEComo a vida no espaço não tem brisas no rosto, empuxo da gravidade na pele nem contato prolongado entre ela e objetos (como o atrito constante com roupas), os astronautas perdem sensibilidade na pele. E o tato não é único sentido alterado: o olfato e o paladar também ficam menos apurados, por causa do pouco uso.

(Chiquinha/Mundo Estranho)
DE REPENTE, 30No espaço, fora da atmosfera protetora da Terra, os astronautas ficam sujeitos à radioatividade intensa do Sol e de outros corpos celestes. Não é um problema do nível de Chernobyl, mas é feio: as células do corpo envelhecem muito mais rápido e o risco de desenvolver câncer aumenta. E não, as naves atuais não têm proteção contra a radiação.

(Chiquinha/Mundo Estranho)
SÍNDROME DA CABINEPassar meses flutuando no espaço com astronautas meio desconhecidos ponderando sobre a pequenez humana toda vez que se observa a Terra pela escotilha não é fácil. Depressão, conflitos internos e vontade de abrir a porta da estação espacial e tornar-se um só com o Nada são alguns dos efeitos psicológicos que podem rolar “lá fora”.

Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/o-que-acontece-no-corpo-de-quem-passa-muito-tempo-no-espaco/

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Se o calor dilata as coisas, por que a roupa encolhe na secadora?

As coisas não são tão simples assim

Porque são fenômenos diferentes e independentes um do outro. A dilatação é o processo de expansão dos corpos quando submetidos ao aumento de temperatura – o calor faz os átomos se moverem mais rapidamente, o que exige maior espaço físico e faz com que um corpo aumente de tamanho. Todos os tipos de substâncias se dilatam, mas os efeitos tendem a ser diferentes para cada caso e nem sempre o corpo em questão irá aumentar de tamanho. Os tecidos de fibra artificial (poliéster, nylon, acrílico, viscose) são feitos à base de petróleo, por isso seria necessário um aumento muito maior de temperatura para podermos bagunçar seus átomos. Já as roupas de fibras orgânicas realmente encolhem, mas é porque o trançado de suas fibras é mais espaçado e, com a lavagem, se compacta.
(André Valente/Mundo Estranho)
1. A ideia de que o calor dilata é mais facilmente aplicada a sólidos, especialmente a metais. Isso porque os átomos que os formam não estão fixos. Eles podem vibrar em torno de suas “posições de equilíbrio”. Por isso, ao aumentar a temperatura, eleva-se a energia interna, o que implica em vibrações de maior amplitude. Assim, os átomos usam mais espaço e o sólido aumenta de volume. É por isso que os móveis estalam no calor
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2. As roupas encolhem não pelo calor mas por causa da lavagem. Isso rola especialmente com tecidos de fibra orgânica, como a lã. O arranjo das fibras nesses tecidos é muito bagunçado, com mais espaços vazios do que nos sintéticos. Na lavagem, a água preenche esses espaços, aproximando os fios, e a agitação faz com que o trançado se emaranhe, de modo que, mesmo após a secagem, essa compactação não será completamente desfeita
Pergunta da leitora – Clara, São Paulo, SP
Consultoria Miguel A.C. Gusmão, professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
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Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/se-o-calor-dilata-as-coisas-por-que-a-roupa-encolhe-na-secadora/

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

O que são raios gamas?

Essas ondas eletromagnéticas têm várias utilizações práticas. A indústria de alimentos, por exemplo, a usa para descontaminar frutas e legumes

PERGUNTA Guilherme Cardoso, São Paulo, SP
São ondas eletromagnéticas de alta frequência semelhantes à luz e aos raios X. A diferença é que eles carregam muito mais energia. Com alto poder de penetração na matéria, os raios gama só podem ser barrados por elementos extremamente densos, como o chumbo. Sua origem vem do processo chamado decaimento radioativo, no qual um átomo em nível nuclear emite energia para o ambiente até ganhar estabilidade.
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Os raios gama têm diversos usos práticos. Conheça alguns deles.

(Denis Freitas/Mundo Estranho)
A irradiação com raios gama é usada na indústria alimentícia para descontaminar e aumentar a durabilidade dos produtos. Alimentos irradiados demoram mais para amadurecer e ficam esterilizados contra microrganismos. Assim, eles podem ficar mais tempo nas prateleiras dos supermercados.

(Denis Freitas/Mundo Estranho)
A radiação gama é nociva aos tecidos vivos por possuir poder ionizante, e a medicina se aproveita disso com a radioterapia. Os raios gama podem, com controle da energia, ser direcionados para destruir o tumor maligno de um paciente, preservando os tecidos sadios do resto do corpo.

(Denis Freitas/Mundo Estranho)
Cientistas empregam raios gama em laboratório na técnica chamada espectroscopia de Mössbauer: eles analisam o quanto cada espécie química absorve dos raios gama e, assim, podem identificá-las. Os raios também são usados para apontar falhas e trincas microscópicasem estruturas metálicas grandes, como tubulações industriais.

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Hulk na vida real? Impossível

Durante o experimento com uma bomba de raios gama, o cientista Bruce Banner se transformou no famoso gigante verde da editora Marvel. O personagem foi criado em 1962, no auge da era nuclear, quando o medo da radioatividade se alastrava pelos EUA e pelo mundo – as bombas de Hiroshima e Nagasaki haviam sido detonadas poucos anos antes.
Na vida real, a alta dose de radiação aplicada no cientista Bruce Banner causaria a morte imediata por consequência de queimaduras graves, risco de desenvolvimento de tumores malignos e perda de funções de órgãos, levando à falência de sistemas do corpo.
 Fonte: https://mundoestranho.abril.com.br/ciencia/o-que-sao-raios-gamas/