Introdução

Perigo no Irã

Irã anuncia que sua primeira usina nuclear deve ser lançada até o fim de setembro, após um importante teste final realizado em seu reator.

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As usinas de energia nuclear surgiram após a Segunda Guerra Mundial. A busca pela bomba atômica só fez acelerar as pesquisas práticas de física nuclear. Doraio X do final do século 19 até as usinas nucleares, a questão da energia atômica sempre causou polêmica. Afinal, com energia atômica se matou cerca de 250 mil japoneses em Hiroshima e Nagasaki. Para os defensores dela, a energia atômica também salvou muitas vidas com a medicina nuclear.


Especificamente as usinas nucleares, que respondem hoje (agosto de 2008) por 16% de toda energia produzida no mundo, tiveram uma história de altos e baixos. A constatação da possibilidade de criar energia a partir de isótopos aconteceu em 1939, quando os cientistas Otto Hahn e Fritz Strassman em Berlim conseguiram produzir a fissão nuclear. Mas a invasão nazista à Polônia dava início a Segunda Guerra Mundial e os interesses estavam voltados para as bombas.

Passada a guerra, a corrida armamentista continuou e, paralelamente, começou-se a discutir a produção energética por meio da fissão nuclear. Oprimeiro reator nuclear experimental surge em Idaho, Estados Unidos, em dezembro de 1951. Em 1953, o presidente norte-americano Eisenhower propõe o programa “Átomo pela paz”. Um ano mais tarde, a União Soviética instala sua primeira usina nuclear.

As primeiras usinas nucleares comerciais começam a surgir alguns anos depois. A França, o país que mais depende de usinas nucleares no mundo, coloca a sua primeira em funcionamento em 1959. Os Estados Unidos, em 1960. A União Soviética, em 1964 (Fonte:WNA).

Um boom de usinas aconteceu até o final dos anos 70. Nos anos 80, houve uma estagnação, ratificada pelo fantasma que o acidente de Chernobyl, em 1986, na Ucrânia criou (veja mais no box).

Os investimentos nucleares voltaram a se intensificarem a partir desse século. O argumento de que as usinas nucleares não emitem gases poluentes acabou impulsionando o setor. Os Estados Unidos, por exemplo, que haviam anunciado o fim dos investimentos nesse tipo de energia voltou a investir. Países como a Polônia, que não tem esse tipo de planta, anunciaram interesse em construir usinas. E é nessa volta que se encaixam as defesas da construção da usina nuclear Angra 3, no Rio de Janeiro.


O pior acidente nuclear da história

Durante uma parada de rotina para manutenção, no dia 26 de abril de 1986, ocorreu um superaquecimento do reator número 4 da usina nuclear de Chernobyl, em uma área vizinha à capital ucraniana, Kiev. O calor provocou uma explosão que jogou no ar uma nuvem de radiação nuclear, que se alastrou pela Europa. Imediatamente, após o acidente 31 pessoas morreram. As estimativas dizem que outras oito mil pessoas morreram em conseqüência das doenças provocadas pela irradiação. No local do acidente foi feito um envoltório e total parada do reator. Os outros reatores de Chernobyl continuam em atividade.

Chernobyl
Istock
O acidente nuclear de Chernobyl fez mais de 100 mil
pessoas abandorem suas casas

Chernobyl foi uma triste lição para os que trabalham com energia nuclear e mostrou a importância do envoltório de contenção, uma medida de segurança que evita a dispersão da radiação em caso de explosão. A eficiência do envoltório foi confirmado em 1979, quando a usina Three Mile Island, na Pensilvânia (Estados Unidos) teve explosão semelhante e ninguém morreu ou foi contaminado.

Mas os perigos nucleares sempre rondam, o último acidente ocorreu em agosto de 2004, no Japão. A ruptura de um cano na usina nuclearMihama matou cinco trabalhadores e 17 reatores operados pela companhia foram desligados após ser descoberta a falsificação de documentos sobre inspeção de segurança (Fonte: Greenpeace).